Siga no Twitter@ramonbarros
No grande terreiro, a movimentação de homens, mulheres e crianças nos levam
de volta a um cenário triste dos tempos das senzalas, das casas grandes, das mãos
calosas dos escravos que entoavam seus cantos e batiam seus tambores para matarem a
saudade da " Mãe África". Terra amada de um povo que deu a vida para construir a
história de um "Brasil varonil", às custas de muito sangue, suor e lágrimas.
Mas o dia 13 de maio não aconteceu em Monte Alegre para relembrar história
triste, mas sim para comemorar a lembrança de uma raça negra que fala com orgulho
de sua história e, faz questão de rememorá-la.
Foi neste contexto de um livro de História do Brasil verídico, que grupos
culturais de vários municípios do sul do Estado se reuniram em Monte Alegre, dentre
eles o grupo de jongo Mestre Bento de Itapemirim.
Tão logo o grupo do Mestre Bento chegou ao terreiro, fez soar os tambores e agregou
pessoas ao seu redor. Pontos de jongo foram ecoados em uma manifestação de
homenagens aos antepassados. A cultura negra que veio dos avós, tataravós foi
transmitida pelos descendentes dos escravos com grande orgulho e maestria.
Além do jongo, estavam presentes a Folia de Reis, Capoeira, caxambu e outros
grupos convidados pela lendária Maria Laurinda que, adornada com colares
multicoloridos, passeou pelo seu terreiro como uma verdadeira "Sinhá",
cumprimentando a todos e reverenciando sua história.
A data, mais do que especial para os participantes, foi marcada também, pela
entrega da "Certificação de Patrimônio Vivo Nacional" aos grupos presentes. A
documentação foi entregue por representantes do IPHAN- Instituto do patrimônio
Histórico e Artístico Nacional.
Diante de tão importante reconhecimento, os coordenadores dos grupos culturais
agradeceram a homenagem. Anísio Bento, de Itapemirim aguarda que, diante da
responsabilidade, aumente o entrosamento entre os representantes dos grupos e que, em
Itapemirim os tambores continuem batendo com o apoio da Municipalidade e maior
empenho por parte dos integrantes.